quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ah... a ginástica rítmica

Vídeo que eu mais assistia, que me fazia querer continuar a cada dia. A rainha deste esporte.



Minha vida, desde os 8 anos de idade. Era bastante pressão.
Iniciei com minha mãe querendo que eu fizesse algum esporte no tempo livre. Eram só 2 horas/2vezes por semana.
Em pouco tempo fui convidada para pertencer a turma de treinamento, 4 horas/2vezes por semana. Conseguimos outro clube. 4 horas/4 vezes na semana.
Conseguimos uma professora de ballet. 4 horas 5 vezes por semana.
Fui federada. Campeonatos nacionais.
Passei para a liga paulista de G.R. de 4 a 6 horas 5 vezes por semana.
Precisavamos nos aperfeiçoar, aos sábados. 4 a 6 horas 6 a 7 vezes por semana.
Treinamentos com russas, americanas, com todo mundo.

Sem férias. Sem faltas. Sem regalias. Enquanto meus colegas de escola iam ver filmes e dormir a tarde, eu ia treinar. Treinos a tarde no início. Depois, treinos de manhã, escola, e treino de noite.

Choros no banheiro diariamente. Tentativas de desistir frequentes. Mas eu tinha um compromisso a cumprir, campeonatos a participar. Quebrei de tudo um pouco: dedos, pé, cabeça, joelho etc. Sequelas até hoje.

E um dia, ao terminar de competir, sair do quadrado após uma série feita, ver minha amiga sair chorando, prometi que não importava o que eu escolhesse para fazer da vida, eu ia cuidar daquelas meninas que saiam do quadrado tão perdidas quanto cachorro em caminhão de mudança. E fui fazer psicologia. E agora me vejo apaixonada em conversar com as ginastas atuais, frutos indiretos da equipe que começamos, para que não tenham o mesmo estado de sofrimento.

Não foi ruim. Não me lembro disso com pesar ou arrependimento. Aprendi a ser responsável, a ter foco, concentração, a mirar objetivos, a trabalhar em conjunto, a honrar com a minha palavra. Ginástica Rítmica me emociona até hoje, me acelera o coração ver uma menina entrando no quadrado, fazendo lançamentos e recuperando aparelhos. É uma capacidade de empatia, uma alegria, uma tristeza, uma aprendizagem pra vida.

Pensando bem, acho que muita gente precisava passar por isso.


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Nunca achei que Ele me abandonou. Não me lembro de ter chegado a pensar nisso em qualquer momento da minha vida. E não acho que isso vá acontecer agora. Eu sei que tudo tem um propósito e nem sempre conseguimos/podemos entender. No momento em que recebi a notícia não temi em relação a Ele. Muito pelo contrário, me segurei o mais firme que pude nesta única coisa que pode me garantir que não estou/estamos abandonada/os. Não desprezo aqui meu namorado e amigos, de forma alguma, mas é um tipo de segurança diferente.

Sei que Ele está me carregando no colo agora. Desejaria muito saber o por que, mas que seja feita a Tua vontade. Não quero me mostrar ingrata por todo o resto.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Para tudo que eu preciso descer

Eu moro em São Paulo desde que nasci. Vivo nessa correria maluca desde sempre, nunca soube/entendi o que é morar em uma cidade pequena, um local menos movimentado. Mas eu lembro de quando São Paulo não era tão pirada assim. As lojas de shoppings mal abriam aos domingos, os comercios fechavam em finais de semana e feriados e não existiam estabelecimentos 24 horas, só que eu era bem pequena. Hoje em dia tenho aqui perto de casa pelo menos uns 5 fast foods 24 horas, 3 mercados 24 horas, bares em funcionamento 24 horas, isso em um raio de aproximadamente 3 km. Se for contar além disto nossa, é uma metrópole em funcionamento 24 horas.

Amo SP de todo o meu coração mas estou em momento de saturação. As pessoas não tem folga! Não se respeita a vida em lazer. Lembro de um emprego que tive em que eu cumpria uma cota semanal mas, o que não me contaram no contrato, é que eu deveria estar meio que a disposição 24 horas por dia, já que não era uma das queridinhas da gerente e não podia escolher minhas folgas. Nisto acabei tendo os piores passeios de minha vida, aterrorizada de atender o celular pra ter que de repente por o uniforme e ir trabalhar. Precisava mentir sobre compromissos pra conseguir pegar uma folga, caso contrário era chamada pro serviço 7 dias na semana, as vezes com jornada dupla ou tripla (ficar dois ou três períodos direto). E se fosse escalada pra ir no primeiro período apenas, de certo ficaria os outros dois períodos também lá. Bom, isso deu confusão em casa, claro. Eu não aparecia mais, não ia nos lugares que deveria ir, saia cedo e voltava de madrugada. Os estudos também ó, despencaram. Saí de lá e não me arrependo. Não acho que devo fazer algo que me traga tanto sofrimento apenas por dinheiro. E comecei a me virar pra conseguir grana, deu certo.

Vou pra outros lugares e imagino como deve ser não ter essa loucura instaurada nas paredes da cidade. Nunca vivi fora disso. Quando acordo de madrugada, a depender do momento, consigo saber que horas são sem olhar nos relógios por conta do barulho de empresas próximas, motoqueiros, buzinas ao longe, etc.

Aí vejo o pessoal com revoltinha querendo que o metrô funcione 24 horas pra eles voltarem pra casa da "baladinha". Depois vem reclamar de estresse, que o mundo ta ficando louco, que as coisas não dão trégua. O metrô é um dos transportes mais importantes de SP. Nas horas em que fica fechado é feita a manutenção. Qualquer fissurinha que seja em um trilho os faz trocarem o trilho inteiro, pois o trem pode descarrilhar. Isso precisa ser feito todos os dias! E eles correm pra fazer isso em 3 horas. Imagina se não fizerem! É a mesma coisa do cara que mete o pau no governo por causa das enchentes, mas ele mesmo joga lixo pela janela do carro.


Eu não acho que as coisas tem que funcionar 24 horas por dia. Não acho que algumas coisas não podem esperar. Pra que tanta pressa? Pra fazer antes e entregar antes pra que?
Repito: eu amo São Paulo. Mas não sou obrigada a gostar das pessoas que estão fazendo essa insanidade com esta cidade que está virando um manicomio sem paredes.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

[E la vamos nós de novo, com tudo o que dissemos
e nenhum minuto gasto pra pensar que iríamos nos arrepender
então nós pegamos de volta essas palavras, e seguramos a respiração
Esquecemos as coisas que tinhamos jurado cumprir


E lá vamos nós de novo, com tudo o que fizemos
E agora me pergunto quem eu teria sido pra ser a única ligada a você
Esqueça as coisas que juramos cumprir

Só escrevo pra você pra que você saiba
Que estou bem
Não posso dizer que estou triste de te ver ir
Porque eu não estou, bom, não estou]


Por que um pode e o outro não?


Copio esse texto do meu post pro fica pro bolo

Escrevo porque no momento sinto raiva. Não só de outros mas de mim mesma por sentir essa raiva. Me sinto magoada, traída e de certa forma com raiva. Reparei também que as pessoas que mais pregam que os outros devem perdoar, que não devemos passar por cima, que o orgulho não pode prevalecer são aquelas que estão desesperadas por tirarem a culpa e o peso de si mesmas, pois este incomodo deve estar insuportável: saber que fez algo errado, saber que machucou, saber que ferrou com tudo mas que dessa vez pode ser que não tenha volta. Não digo nunca, porque seria muita certeza sobre o incerto, mas pelo menos em um futuro próximo.


Perdoar não é algo que se faça de imediato. Não entremos aqui em termos e deveres cristãos, pois caso tais coisas fossem fáceis e imediatas não seriam de tão grande menção na própria bíblia. Em um relacionamento, qualquer que seja, medimos sim o tamanho do erro. É diferente seu erro ser não responder a uma mensagem de texto ou contar os segredos mais íntimos do seu grande amigo/namorado por aí. Quando você machuca o outro, seu anseio para que as coisas voltem ao que eram antes do erro é gigante e acha injusto o outro necessitar de tempo ou não compreender de cara seu erro. Oras, em meu pensamento é preferível o tempo do que a raiva contida em ações falsas. No meu caso preciso sempre de tempo, principalmente para não sentir raiva. E conheço os dois lados da história, por isso me sinto no direito de falar sobre isso.


Sempre me surge uma pergunta ao pensar em tal assunto: o que você faria se fosse feito com você o mesmo que você fez com o outro? Ahhhh.... toda reflexão, injustiça, visão da coisa muda dependendo da cadeira em que você senta. Claro que uma situação hipotética não pode ser diretamente comparada a uma situação real, pois  sempre prevemos ações que na realidade, muitas vezes, não praticamos. Muito fácil falar que você perdoaria, quando você é quem quer ser perdoado. Muito fácil falar que os outros devem engolir o orgulho quando o seu está protegido. Muito fácil exigir confiança e a mesma ligação quando a situação beneficiou apenas a você, e pode ter custado ao outro, de quem você exige, muito.




[E por que eu não posso sentir raiva? Por que não tenho esse direito do tempo? Por que sempre ceder? Tenho que perdoar, mas você, tinha que fazer?]




p.s: eu não sei a nova gramática.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Consequencias. É o que nos move, não é? Creio eu que sim, que somos movidos pelas consequencias. Relaciono inclusive com o post anterior, afinal, se uma pessoa constantemente mostra que não estará lá quando prometeu estar, a consequencia é o fim da confiança.

Não consigo definir se estou muito errada ao não conseguir desejar o bem pra esse tipo de gente. Não desejo o mal também. Apenas admiro pessoas que afirmam "se você estiver feliz, por mim tudo bem, espero que seja feliz". Dizem que isto é amar de verdade, é estar maduro. Não concordo. Existe padrão e regras para o amar? Falo aqui do amor em geral, não do amor homem-mulher. Amadurecer: afinal, isso existe ou é só um pretexto pra alguém dizer que queria que você se comportasse de um jeito e você se comportou de outro?

Não sei desejar o bem de quem me fez mal. Na realidade muitas vezes desejo que pisem na merda, que algo não de certo, que batam o dedinho na quina da cama entre uma variedade de outras coisas.

E aí vem as consequencias de novo. Que consequencias terão? O que de um modo geral me incomoda é remoer algo que alguem a quem eu dava importancia me fez, e saber que a pessoa não lembra mais de mim. Ou será que lembra? Em minha concepção não. E como fazer pra não lembrar disso todos os dias? Não desejar que a pessoa entre em uma merda tão grande que lembre do que fez contigo e se arrependa (de verdade)? Não desejar que uma bigorna caia no seu pé, que tenha uma caganeira. Eu gostaria muito de descobrir. Acho que o tempo dá tempo ao tempo. Putz. O problema muda, as situações mudam e a gente vai substituindo esse remoer.

Ah, e também não acredito que alguem consiga desejar de verdade o bem pro outro.

E eu não gostei deste post. Muito mimimi. Foda-se

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O pedestal, ah o pedestal...


Ah o entra e sai na vida. Um entra e sai de compromissos, de tarefas, de metas, de obrigações e claro, de pessoas, amigos, melhores amigos, confidentes para a vida toda. Concordo e procuro manter fixa em meus pensamentos a teoria de que sempre há aquela pessoa com quem sempre teremos afinidade, mesmo sem contato constante, contudo devo admitir que a raridade deste tipo de caso é muito alta.

Não pretendo entrar no drama, vitimizar, lamentar, fazer escorrerem lágrimas. Apenas lavar a roupa suja de mim comigo mesma, de certa forma transformando uma postagem que tem uma mera possibilidade de ser lida por alguém em um bode expiatório, com certo objetivo de tirar pensamentos de mim mesma, porque não me satisfaz um diário ou pensamentos tidos ao ar, não preenchem a lacuna, se é que posso me fazer entender assim.

Não sou de acreditar que uma simples ação de um único acontecimento me permita classificar alguém como bom ou péssimo amigo. Na verdade repudio tal pensamento, pois eu mesma por diversas vezes entro em curto quando deveria fazer algo em alguma situação crítica para algum amigo. E isto não significa que eu não me preocupe, significa que não sabendo o que fazer prefiro ficar quieta em lugar de fazer/falar besteira. Também nunca cobrei isto de ninguém. Acredito que todos passamos por diversas situações cotidianamente e não posso exigir que alguém tenha como tarefa estar ligado em minha vida de pronto a me socorrer a qualquer suspiro (seria insuportável).

Minha opinião é a de que a base de tudo é a confiança. Se a confiança foi quebrada: não rola mais nada. Um contínuo de atitudes em que se mostra a falta de consideração inicialmente podem ser relevadas, mas desgatam tudo com o tempo. Relevei diversas vezes. Não digo também que sou santa, sei que tenho minha parcela de culpa, contudo tenho compromisso no que digo e faço, e isso para mim é um padrão em uma amizade, sem substituição. Se você diz que vai estar lá, esteja. Se não sabe se vai conseguir, não diga. Se estão contando com você pra algo, não seja um filho da puta (não haveria melhor colocação). Fui educada desde pequena a honrar com minha palavra, ou se vejo que não conseguirei, ao menos tenho a decencia de avisar. Mas cada vez mais e mais vejo que isso é coisa tão rara quanto ganhar na loteria.

Tenho um sério problema com essa tal confiança. Quando alguem a quebra eu tenho imensas dificuldades em retomar algum relacionamento com esta pessoa novamente. Na realidade não me vejo errada nisto, apesar de ser imensamente xingada por tal atitude. Acredito que perdoar é uma coisa, mas retomar as coisas ao mesmo lugar é outra completamente diferente. Chego mesmo a ignorar, ser realmente mal educada. Mas prefiro isso a ter atitudes que nao condizem com meus pensamentos a respeito da pessoa. Não sou ferida desta forma facilmente, antes me submeto a todo o tipo de coisa para manter a amizade, até perceber que sou trouxa.

A facilidade com que o outro esquece o que fez também me incomoda. Enquanto você está lutando contra a raiva, lutando contra o que aconteceu, tentando não lembrar, ve que a situação mal passou pela cabeça do outro. Acho que isso incrementa a raiva, de ver o pedestal em que você havia colocado o outro. Quando tiramos o outro do pedestal é que ressaltamos seus defeitos que ali sempre estiveram e não enxergamos.
Exagero, claro, mas quem não o faz?